Numa chuvosa
manhã de abril, deu-se o encontro com os alunos da Secundária Carlos Amarante,
em Braga, dividido em duas sessões, ambas muito participadas.
Retenho desses
encontros a disponibilidade e o interesse dos intervenientes, com leituras
fluídas e convictas, ao som de melodias cativantes, de ritmos vibrantes e cores
profusas, como devem ser a Literatura e a Arte. A apresentação, a cargo do
coordenador da biblioteca, o meu amigo Sérgio Morais, pautou-se por um regresso
ao passado, navegando a minha alma por intensas experiências musicais, um
mergulho no repositório de memórias, algumas esquecidas, outras apenas
abandonadas. A viagem ora iniciada levou-me a reconsiderar o meu percurso e a
atribuir todo este caminho à música, aquela onde eu me reencontro sempre que se
perde a essência. E se a música é a responsável da minha teimosia em
prosseguir, mesmo com ventos adversos, o que dizer das minhas amizades? São
elas que me situam. Mais do que surpreender, acabei surpreendido – e essa é a
verdadeira magia da vida. E eu vivo. Vivo para que cada capítulo seja um
Desafio, para que o Tempo seja enigmático e para que a existência seja o
Reflexo de uma química volátil, mas apaixonante. Loucura seria deixar para trás
o sal da vida e tornar insípido o mar da incerteza, pois nele vogo há tempo
suficiente para saber que nenhum porto é suficientemente audaz para me atracar
e nenhum destino se torna definitivo. Parto, mas regressarei. Até breve!




